segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Andrea Lopes


2011 começando e com ele surgem novas expectativas e muitos sonhos. Aproveitando o clima de harmonia e esperança do primeiro dia do ano, Priscila Boabeyd entrevista a tetracampeã brasileira Andrea Lopes, que fala sobre seus novos projetos e uma vida dedicada ao surf.

Andrea Lopes X Andrea Lopes

A primeira vez que a vi foi em 1998 e parece que o tempo não passou para ela.

Primeira surfista brasileira a ingressar no circuito mundial de surf em 1991, ela se prepara para começar sua autobiografia e parar com as competições.

Dedicou-me um pouco do seu tempo para contar sobre sua carreira e seus planos futuros.

Uma mulher doce, encantadora e extremamente gentil, que quando está no mar, se entrega as ondas e mostra toda sua valentia.

Exemplo de determinação, força de vontade, dedicação e de um ser humano que realmente sabe o que quer e corre atrás de suas realizações.

Uma mulher com a vibração do bem, positiva e com foco e objetivos determinados. Cheia de admiradores, se tornou referência para todas as mulheres que achavam não ser possível chegarem aonde ela chegou, fonte de inspiração para as surfistas iniciantes até os dias de hoje.

Com muito prazer, esse papo é com Andrea Lopes!

Andrea, quando foi a primeira vez que você quis pegar onda?
Comecei com 13 anos, meu avô tinha uma casa em saquarema e alugava a casa dos fundos para uns garotos e eles me levaram para surfar. Amei. Ganhei prancha deles e ai, fui ‘mordida pelo moskitinho’.

Qual foi o primeiro campeonato em que você competiu? Foi daí que você decidiu que viveria do surf?
O primeiro evento dói em dezembro de 1987, tinha acabado de fazer 14 anos (dia 1º de dezembro, você sabe..) e ganhei o evento, conheci as poucas surfistas que tinha na época – umas 12 surfistas – e hoje grandes amigas. E já de primeira peguei o patrocínio da Cristal Graffite, comecei a competir oficialmente em 1988 e fui logo campeã brasileira amadora. Não existia categoria profissional na época. Não decidi ser surfista competidora, até então era nadadora do Flamengo, mas o destino me direcionou a isso.

Como uma mulher deve treinar o surf? Há alguma diferença dos homens em relação a treinos?
Não existe muita diferença, não. Acredito que passar o maior tempo na água é importante. E treinos de pliometria, força muscular, isometria, treinos específicos e explosão, dinâmica, ou seja, um treinamento de força específico ajuda muito. Assim como natação e etc..., mas o importante é surfar mesmo.

Quais são as maiores dificuldades que uma mulher enfrenta pra se sagrar surfista profissional?
Não sei dizer. Acho que as mesmas que um homem. Abrir mão de muita coisa na vida pela escolha de ser atleta profissional exige muita disciplina, vida regradíssima. A vida social fica em terceiro plano, filhos também, as metas ficam direcionadas para competir, treinar e a vida gira em torno dos treinos. As vezes é estafante, mas hoje não mudaria nada do que fiz e faço. Acho que só seria mais dedicada a minha família e amigos.

Da sua geração quem, para você, era a melhor surfista? Alguém que você admirava e se espelhava.
Lisa Andresen. Americana, que foi várias vezes campeã mundial. Das meninas, foi à única que me inspirei.

Quem você acha que é a grande promessa pras próximas gerações do surf? Masculino e feminino?
Adriano Mineiro, no masculino.
Aliás, ela já é uma realidade. Não sei o que te dizer em termos de promessas das próximas gerações

Você sente muita diferença nos campeonatos dos anos 80 pra cá? Quais são?
Cresceu em termos de estrutura e nível técnico.
Temos o melhor circuito nacional do mundo. Antigos super surf, atual Brasil Surf Pro. O nível técnico das meninas aumentou. Fato que a evolução existe.
Em relação a questão financeira, como é o retorno, mediante o investimento?
Para mim sempre foi positivo. Existe investimento sim em termos de viagem, treinos, material, campeonatos, mas sempre soube administrar por ele e procurar saber sobre educação financeira. Leio bastante e sei gerenciar minha grana. Acho isso importante para todos, o retorno é positivo se você sabe como fazer.

O que você mudaria no quadro do surf feminino brasileiro?
Acho que as meninas estão carentes de Marketing Pessoal. Assessoria da atleta e como ‘se vende’ e ‘ fazer parceira’ com uma marca.
Acho cru o conhecimento. Acredito que trabalhando com elas diretamente – imagem, direcionando, uma estrutura de base forte seria ótimo para todos. Não somente eles em crescimento como atleta, mas a união com marcas. Imagem é tudo.

Qual foi o melhor lugar que você já surfou na vida? E o pior?
Melhor, metawaii – Indonésia
Pior??? Inglaterra, Newquay

Quando você pensa em parar de competir e o que você planeja pros próximos anos?
Parar de surfar nunca. Parar de competir, já estou no processo. Em 2011 estarei competindo somente o essencial. Não focarei 100% na competição e sim nos projetos que hoje, 01 de janeiro inicio. Minha autobiografia, sou agora colunista da Revista Soul Surf, estou em parceria com empresários para formar produtos (palestras, treinamentos e etc..) para crescimento do atleta, empresa e etc... Temos uma central de idéias com 4 pessoas diferentes envolvidas, quero trabalhar na mídia para meus patrocinadores e reiniciar meu curso de administração na UVA.

Plantar novas sementes num novo terreno, mas deixar de surfar???? NEVER!!!! Porém, competição agora é Hobby.

O que você diz pras meninas que seguem seu exemplo e que se inspiram no que você faz e querem seguir seus passos?
SIGA SEUS SONHOS.
DISCIPLINA É TUDO.
E FAÇA POR AMOR, NADA MAIS...

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