sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Embalado por ‘tempestade’, Brasil chega ao Mundial como protagonista

Medina e Mineirinho lideram o país, que neste ano contará novamente com sete representantes. Temporada terá antidoping e mudanças no calendário

Por GLOBOESPORTE.COM Gold Coast, Austrália
 
surfe Adriano de Souza Mineirinho Rio Pro barra pódio (Foto: Gabriele Lomba / Globoesporte.com) 

Mineirinho levou o país pela primeira vez ao topo do ranking mundial (Foto: Globoesporte.com)
Foi uma “tempestade brasileira”, resumiu, rendendo-se, a imprensa especializada estrangeira. “Aprendam a falar português”, aconselhou o havaiano Jamie O´Brienum dos maiores especialistas nas ondas de Pipeline. Acostumado a ser um mero coadjuvante, o Brasil entra no Circuito Mundial 2012 com papel de protagonista. Gabriel Medina e Adriano de Souza, o Mineirinho, comandam a trupe dos sete representantes do país na etapa de abertura, que começa na madrugada deste sábado, na Gold Coast australiana. Na bagagem, a campanha inédita do ano anterior, quando venceu quatro das 11 paradas do calendário da elite do surfe.
Medina e Mineirinho terão novamente a companhia de Jadson André, Alejo Muniz, Miguel Pupo, Raoni Monteiro e Heitor Alves. Dos sete, três terminaram no top 15: Mineirinho (quinto), Alejo (décimo) e Medina (12º). Este último, assim como Pupo, entrou apenas na reta final da temporada 2011. E, em cinco etapas, o surfista sensação deixou mais da metade dos adversários para trás no ranking.
- A gente está começando a chegar mesmo com força. Não fui só eu no ano passado. Há vários surfistas bons. O título mundial está chegando perto. Talvez este ano ou ano que vem. É natural – disse Gabriel Medina ao GLOBOESPORTE.COM.

Surfe Gabriel Medina quarta fase do Mundial de San Francisco (Foto: ASP) 

Gabriel Medina é a maior esperança brasileira (Foto: ASP)
Mineirinho foi quem escancarou a primeira porta em 2011. Com a vitória no Rio de Janeiro, terceiro desafio da tempoada, tornou-se o primeiro brasileiro a liderar o ranking mundial. Após um breve período em baixa, voltou a vencer. E com direito a desbancar o americano Kelly Slater na final da etapa na costa portuguesa, em Peniche. Medina fez parecido, fez mais. O menino de Maresias ergueu a taça em duas das cinco etapas que disputou: San Francisco e Hossegor. Na França, botou água no chope de Slater, que dias antes conquistava ali o seu 11º caneco mundial.
No Pipeline Masters, Medina, então com 17 anos, calou os críticos. Especialista em aéreos, mostrou talento nos tubos e foi o brasuca que chegou mais longe: parou apenas nas quartas.
Outro que brilhou em tubos perfeitos foi Raoni Monteiro. Em Teahupoo, a etapa mais temida do Circuito, o surfista de Saquarema arrancou a primeira nota 10,00 do campeonato. Eram condições extremas: ondas gigantes e perigosas.

Antidoping e mudanças no calendário
Este ano, a etapa taitiana foi empurrada para a metade da temporada e, pela primeira vez, os surfistas serão submetidos a exames antidoping, seguindo as regras da Agência Mundial Antidoping (Wada), promete a Associação dos Surfistas Profissionais (ASP).

No calendário, saiu a etapa Search (disputada cada ano em um lugar diferente) e entrou a de Santa Cruz (EUA). Depois da Gold Coast, a elite seguirá para Bells Beach (AUS), Rio de Janeiro, Ilhas Fiji e Jeffreys Bay (AFS). Após o Taiti, a reta final: Trestles (EUA), Hossegor (FRA), Peniche (POR), Santa Cruz e Pipeline (HAV).
No feminino, o Brasil contará com o retorno da catarinense Jacqueline Silva, surfista que se machucou em um acidente de carro durante a etapa de Bells. A outra brasileira é Silvana Lima. No ano passado, a cearense terminou em quinto; a havaiana Carissa Moore foi a campeã.

surfe Teahupoo Raoni Monteiro nota 10 (Foto: ASP) 
Raoni Monteiro tirou nota 10,00 em Teahupoo (Foto: ASP)

Fonte: http://globoesporte.globo.com/radicais/surfe/noticia/2012/02/embalado-por-tempestade-brasil-chega-ao-mundial-como-protagonista.html

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