O surfista Jean da Silva, 25 anos, fez história no surfe brasileiro nas ondas da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. O surfista natural de Joinville é o primeiro catarinense campeão nacional em 23 anos de história do circuito brasileiro profissional de surfe dirigido pela Abrasp.
O título foi conquistado na quinta e última etapa do Brasil Surf Pro, nas ondas da Praia da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro (RJ). Após quatro etapas, Jean tinha o melhor retrospecto da temporada com 12 baterias vencidas e 80% de aproveitamento.
O catarinense arrancou para o título a partir da segunda metade do ano, quando disputou a terceira etapa realizada na Praia de Geribá, em Búzios, litoral fluminense, onde foi o campeão. Na primeira etapa, em Ubatuba, o surfista foi barrado na terceira fase por uma dobradinha carioca formada por Pedro Henrique e Victor Ribas. Na segunda, na Praia do Cupe, em Pernambuco, Jean foi um pouco melhor. Estreou com vitória ao lado do baiano Bruno Galini na bateria da segunda fase. Em seguida, bateu o cearense André Silva, e nas oitavas de final, o paulista Ricardo Ferreira. A campanha terminou nas quartas de final, quando foi eliminado pelo alagoano radicado em Florianópolis, Tânio Barreto.
Os resultados nas duas primeira etapas colocaram Jean na 9ª colocação do ranking, com 1010 pontos, 700 atrás do líder, o potiguar Alan Jhones, campeão da segunda etapa. Veio a etapa de Búzios e o surfista de Joinville caiu na água como franco atirador para entrar de vez na briga pelo título. Nas boas ondas de Geribá, Jean superou os paulistas Robson Santos (terceira fase) e Gilmar Silva (semifinal), além do catarinense Tomas Hermes (quartas de final), e ganhou a final do cearense Pablo Paulino.
Com o título da etapa, Jean assumiu a posição de vice-líder do ranking, distante apenas 120 pontos de Alan Jhones. Mas foi nas pequenas ondas da Joaquina que o catarinense alcançou o topo do ranking após a eliminação prematura de Alan Jhones na terceira fase. Jean avançou três baterias - contra o paulista Robson Santos (na terceira fase) e os baianos Franklin Serpa (nas oitavas de final) e Michel Roque (quartas de final) e só foi derrotado por outro baiano, Bruno Galini, que depois se tornaria o campeão da etapa e também entraria na briga pelo disputado título brasileiro.
Nos 23 anos de história do circuito brasileiro, Santa Catarina não teve campeões anteriormente por diversos fatores como a competitividade do circuito e a participação simultânea no WQS, a divisão de acesso ao surfe mundial. Willian Cardoso, no Supersurf de 2008, foi o surfista que até então tinha chegado mais perto do título, com o vice-campeonato, embora Marco Polo tenha disputado o título até a última etapa em 2007, mas terminou em terceiro no ranking. Antes deles, David Husadel colecionou dois terceiros lugares em 1990 e 1989, quando o circuito ainda se chamava Abrasp. Por outro lado, surfistas radicados em Florianópolis já levantaram o caneco seis vezes. Peterson Rosa ganhou em três oportunidades (1994, 1999 e 2000), Fábio Gouveis, duas vezes (1998 e 2005); e Tânio Barreto, uma (2001).
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