sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Moradores usam ‘prancha’ para andar na lama provocada pela chuva


Moradores de São José do Vale do Rio Preto, na Região Serrana do Rio de Janeiro, usam carcaças de carro como veículo para conseguir passar pelas ruas encobertas pela lama da enxurrada, provocada pela chuva de terça-feira (11).

O transporte é apelidado pelos motoristas de “prancha” e serve para dar carona, levar objetos recuperados dos destroços das casas, mas, principalmente, para transpor a água e o lamaçal na cidade. É comum ver muitas pessoas sobre esse tipo de carro, que fica mais leve do que um carro comum, por não ter a lataria habitual na estrutura.

Desde terça-feira (11), as chuvas na Região Serrana do Rio devastaram também os municípios de Nova Friburgo, Teresópolis, Petrópolis e Sumidouro, causando muita destruição e a morte de mais de 500 pessoas.

Maior tragédia do país
Esta já é considerada a maior tragédia climática da história país. O número de vítimas ultrapassou o registrado em 1967, na cidade de Caraguatatuba, no litoral norte de São Paulo. Naquela tragédia, tida até então como a maior do Brasil, 436 pessoas morreram.

No ano passado, de janeiro a abril, o estado do Rio de Janeiro teve 283 mortes, sendo 53 em Angra dos Reis e Ilha Grande, na virada do ano, 166 em Niterói, onde se localizava o Morro do Bumba, e 64 no Rio e outras cidades atingidas por temporais em abril. Em SP, durante o primeiro trimestte de 2010, quando a chuva destruiu São Luiz do Paraitinga e prejudicou outras 107 cidades, houve 78 mortes. Os números da Região Serrana do RJ superam ainda os de 2008 em Santa Catarina, com 135 mortes.

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