quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Mark Sponsler e a previsão das grandes ondas


Mark Sponsler é o homem por trás das previsões oficiais para o ‘The Jay At Mavericks Big Wave Invitational’, uma das importantes competições de ‘big waves’.

Ao contrário de ter uma data específica para acontecer, esta competição tem uma janela de espera de 3 meses, que se estende entre os dias 1 de dezembro e 28 de fevereiro, o que significa que o evento pode ser realizado em qualquer dia durante este longo período.

O tempo de espera assegura que as condições de surf sejam ideais para as disputas e estejam à altura de uma prova de tanto prestigio como a ‘The Jay at Mavericks’. Os surfistas convidados estão em “standby” e quando há previsão de uma chamada todos se colocam em ‘Half Moon Bay’ rapidamente.

Para Sponsler, a tarefa de prever as ondas é simples e se resume a uma ciência básica. Ele é o responsável pelo site ‘ http://www.stormsurf.com/ ’, precisamente um endereço eletrônico de previsões globais para todo o mundo. Apesar de na ser um meteorologista, se considera um autodidata.

É Sponsler que notifica os organizadores do evento quando existe uma probabilidade de boas ondas, mas o processo é bem maior e acaba sendo uma união de vários fatores: “quando pensamos que está na hora, eles (os surfistas) falam entre si sobre as condições e se estas são as melhores. Em caso de haver unanimidade, a chamada é feita,” afirma Sponsler.

"Posso fazer tudo digitalmente,” refere. “Verifico a informação entre 3 a 4 vezes por dia – até posso estar no topo da montanha esquiando e estou de olho nas condições.” A primeira consulta do dia é às 6h30h da manhã.

Sponsler entrou no mundo das previsões do surf construindo modelos analíticos. Utilizando uma série de bóias que estão espalhadas por todos os Oceanos e que pertencem a ‘U.S. National Oceanic and Atmospheric Administration’ (NOAA), mas também de outros países.

Equipadas com um sistema digital e com sensores denominados ‘Iridium Satellite’, as bóias medem a altura das ondas, o período das mesmas, a intensidade e velocidade do vento, além da pressão atmosférica. As bóias passam esta informação por satélite para o quartel general da NOAA e, em seguida, chegam ao computador de Sponsler, que tem autorização para utilizar esta informação.

"Como as bóias estão longe da costa podemos mesmo ver a ondulação a chegar”, diz Sponsler. O computador do norte americano processa depois a informação em tempo real e, através de algarismos desenvolvidos e que lhe dão as previsões do surf.

Que tipo de condições procura então para o evento começar? “Quero que as bóias leiam um bom swell de 10 pés com 18 segundos de período entre cada crista de onda. O vento também tem que ser o ideal quando a ondulação chega, junto com a maré vazia”.

Apesar de no momento da cerimônia de abertura do ‘The Jay at Mavericks Big Wave Invitational’ (na segunda- feira passada) não haver grande otimismo para o arranque da prova, Sponsler acredita que ainda na primeira quinzena do mês grande ondas vão surgir e o evento vai ocorrer.

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